Os recorrentes incêndios ocorridos em casarões do Pelourinho no final dos anos 80 e início dos anos 90 motivam Clarindo Silva a criar a Fundação Criançarte de Salvador, um projeto com foco na educação patrimonial, que tinha como principal compromisso o resgate da cidadania de meninos e meninas de rua do Centro Histórico da cidade e que contou com a participação das artistas e educadoras Gláucia, Dindinha, Rita, Lucinha Nobre e Kátia Melo como suas grandes companheiras de jornada. Seu estatuto traz as seguintes linhas de atuação: desenvolvimento de atividades educativas, culturais e recreativas e oferecimento de educação formal para crianças e adolescentes; desenvolvimento das potencialidades artísticas junto às crianças através de suas próprias experiências de vida; e o oferecimento de cursos profissionalizantes a filhos de mulheres prostitutas sem referência familiar e com alto grau de exclusão social. Durante os encontros, as crianças aprendem diferentes linguagens artísticas e visitam ruas, vielas e bairros do Centro Histórico de Salvador na companhia de Clarindo Silva e da professora Carmela Amaral, que lhes contam sobre a memória dos casarões e das centenárias entidades e associações civis com sede naquela região.